sexta-feira, abril 30, 2004

Governo define salário de R$260. Lula queria mais

Ontem o Governo deu mais uma demonstração que está disposto a arcar com o dano na popularidade -principalmente em ano eleitoral- em nome da responsabilidade fiscal e definiu o novo salário mínimo em R$260,00.

Um aumento demagógico...e o país quebra, assim como Rosinha fez com o Rio. Mas o presidente, desesperado com provaveis danos a sua imagem, ligou para Duda Mendonça e foi prontamente atendido. "Meu Rei, viaje e mande aquele ministro, o perseguidor de velhinhos, aquele que está mais queimado que o Zeca Pagodinho...então, ó Rei, aproveite que ele já está queimado e mande ele mesmo fazer o anúncio do novo valor do salário mínimo". Dito e feito, a batata quente ficou na mão de Berzoini, ministro do trabalho, que deixou claro que o presidente queria um mínimo maior, mas que, para isso, os ministros teriam que dizer-lhe de onde sairia o dinheiro. Mesmo discurso de FHC e de qualquer cidadão que esteja com suas faculdades mentais preservadas e que tenha um mínimo de responsabilidade -pois é, não estamos falando do clã Garotinho. Quanto a Lula, bem, acertadamente fugiu para o interior de São Paulo.

Falando em fugir...viram o Dieguito? Se mandou da UTI. Era pra ficar pelo menos ainda duas semanas internado, mas chegou a um 'acordo' (sabe-se lá como é isso) com os médicos e se mandou.

Outra fuga ontem foi a dos americanos de Faluja. Jogaram suas bombas e agora falaram: "Faluja é problema dos iraquianos". Botaram ex-soldados de Saddam para 'controlar' a região.

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Voltando à vaca fria...

Palocci deu mais uma demonstração de força no governo. Resta saber se o rigor com a responsabilidade fiscal continuará no ano que vem, quando for divulgado um crescimento para este ano muito aquém das expectativas iniciais. Já se fala em 2%, no final de 2003 falavam em 4%, 4,5%, enfim, em um espetáculo do crescimento.

Por falar nisso, será que posso ir ao PROCON pedir o meu dinheiro de volta por não ter tido espetáculo?

quinta-feira, abril 29, 2004

A realidade venceu a esperança

O psicanalista e escritor Francisco Daud da Veiga escreveu hoje na seção Opinião do GLOBO uma coluna bastante interessante e que exprime muito bem o atual sentimento do carioca-milho que vos fala. Segue um trecho:

Odeio ter que brigar. Odeio sentir raiva e não tenho vocação para qualquer espécie de militância política. Mas há ocasiões em que me lembro de uma anedota que meu pai costumava contar:

“Dois grãos de milho conversam no chão de um galinheiro, e um deles comenta, ao ver a galinha engolir um terceiro, a sorte que tiveram porque não foi com eles, sem se darem conta de que serão os próximos.”

Pois foi esse pai, hoje com 99 anos, e minha mãe, de 90, que ficaram sob a mira de revólveres por duas horas, dentro do quarto deles, reféns de cinco assaltantes que levaram o que ainda restava do último assalto (faz quatro meses) e mais o carro — depois recuperado numa favela próxima. Dois assaltos em quatro meses, depois de viver na mesma casa 50 anos de tranqüilidade.[...]


O lamentável é que, assim como o autor do texto, a maioria da população não sabe o que fazer, a quem recorrer. Não temos mais uma alternativa no horizonte. Nenhum político surge com uma utopia que nos encante a ponto de lutarmos para defendê-la. E isso também vale para o cenário federal (e até mesmo mundial), a maior decepção do governo Lula é que ele era visto como A Alternativa, como diria o velho Brizolla: "a solução para tudo isso que está aí" -apontando com o indicador para cima...

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Ainda usando a metáfora do psicanalista, todos os cidadãos de bem do mundo, atualmente, são milhos. A nossa grande esperança atualmente consiste nas eleições para a Casa Branca, como se John Kerry fosse salvação para alguma coisa...como se fosse propor algum modelo novo. Não vai. A desigualdade no mundo vem aumentando e, principalmente no mundo ocidental, vem aumentando também o desemprego, incertezas, insegurança etc. Nós já concordamos que o modelo antidemocrático que a China tem hoje, mesmo crescendo em um ano o que não crescemos em quatro, não nos serve. Enfim, não há um modelo alternativo e o atual vem mostrando um grande declínio.

Assim como o Brasil ficou otimista, sem ter nenhum fundamento, com a eleição de Lula, estamos otimistas com a perspectiva da vitória de John Kerry. Concordo que pior que o Bush ele não deverá ser; mas achar que ele vai reverter o estrago feito pela administração atual -se é que realmente é culpa dela e não de um declínio 'cíclico' da economia americana-, fazer os EUA crescerem de forma espantosa (como na era Clinton) e nos arrastar junto é muito otimismo pra pouco -ou nenhum- fundamento.

Não há mais uma alternativa 'socialista' que nos encante -até pelo fato de ser uma alternativa e não tanto pelo socialismo em si. Não há mais um objetivo, ainda que sabidamente utópico, para as pessoas se manifestarem e lutarem por ele.

terça-feira, abril 27, 2004

Lula e sua caneta mágica

Lula anunciou que pretende dobrar o número de recrutas, a fim de profissionalizar jovens antes que eles entrem para o crime -lugar onde tem sobrado emprego. Profissionalizar para trabalhar onde? Ora, nosso companheiro também já resolveu isso, com uma 'canetada' vai contratar 40 mil funcionários públicos sem concurso. Assim Lula pretende resolver os problemas do país.

As forças armadas estão com suas verbas reduzidíssimas e, há muito tempo, não conseguem cumprir seus deveres. A violência está em todo país, alimentada pelas drogas e armas que entram por nossas fronteiras, nenhuma delas minimamente protegidas. A tal lei do abate não sai, enquanto isso, aviões entram entulhados de drogas e armas e debocham das aeronaves da FAB que fazem a interceptação. Aviões ficam no chão por falta de dinheiro -ainda que Lula tenha dispensado um avião recém saído de uma revisão geral para comprar o Airbus-, soldados do Exército tiveram suas refeições diminuídas devido à falta de verbas, e a Marinha, bom...comprando porta-aviões sem dinheiro para mantê-los.

Lula pretende pegar jovens de 18 anos, prestes a entrar para o mundo do crime -quando é sabido que nessa idade já é quase um veterano- e botar nos quartéis, que serão transformados em SENAIs. Jovens têm que ser recrutados pelas escolas. Aumentar o efetivo das Forças Armadas deveria ser para melhor defender nosso país -não me refiro à ameaça Argentina!

Quanto mais se aumentar os gastos públicos com medidas inúteis, mais difícil será a criação de empregos, pois o setor privado investirá menos em um país cujo valor dívida/PIB só aumenta.

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A partir de hoje, este 'blog' passa a ter o seguinte e-mail: indignado at gmail.com. Troque o 'at' pela arroba '@'. Medida a fim de evitar/minimizar SPAMs. O MSN continua no mesmo endereço passado: indignacao_total@hotmail.com.

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Pensamento do dia: "Coração de mulher é igual a um circo. Há sempre lugar para mais um palhaço..."

segunda-feira, abril 26, 2004

Pérolas da modernidade

Sempre ouvi com certo ar de superioridade juvenil quando meus parentes tinham crises de saudosismo e desprezo pelas novidades. Quem nunca ouviu a avó falando que feijão bom mesmo era o do forno à lenha; ou então que pipoca de microondas não é a mesma coisa que a feita na panela?

Pior ainda é quando botavam em questão a utilidade das coisas mais novas, deixando entender que eram seres superiores e, portanto, não precisariam dessas facilidades para viver, não roubavam da vida. Lembra-se quando veio o celular? Pra quê isso –perguntava meu pai? Até hoje todos viveram tranqüilamente sem esse troço. Hoje em dia ele não desgruda do dele. Certamente o amigo leitor já se lembrou de vários outros casos similares, como o home banking etc.

Ontem, eu me vi nessa mesma posição de estar chocado com tamanha inutilidade. Estava assistindo ao Fantástico quando de repente apareceu uma moça na tela e mamãe começou a rir.

- Gente, que mulher estranha!
- Por que estranha, mãe –perguntei?
- Olha, não sei, mas é estranha!
- Porra, ela é virtual! –pacientemente meu pai tentou esclarecer.
- Ah, então é com ela que você fala no computador, meu filho?
- Não, mãe, aquelas pessoas existem.
- E essa não?
- É virtual, porra!
- Não, né, mãe? É feita por computador.
- Sério? Bem que eu tava desconfiada que boca estranha assim só a Marta Suplicy tem! Eu falei que ela era estranha!
- Porra, ela é virtual! –última tentativa.
- Mas não é com ela que você fala no Internet?
- Não, mãe, aqueles são meus amigos, que quando não estou com eles, às vezes nos falamos pela Internet.
- E por que simplesmente não pega o telefone e fala o que tem que falar?
- Isso eu nunca entendi! Por que não fala com as pessoas o que tem que falar quando está com elas?! –perguntou meu pai.
- Enfim, gente, não é essa a questão. Aquelas pessoas existem. Essa mulher aí não.
- E qual o objetivo dessa mulher estar aí?! Será que não tinha como fazer alguém com uma boca melhorzinha? –minha mãe já indócil

Pronto! Pra que aquela mulher virtual estava apresentando o Fantástico?

- Não ganha salário, não reclama e não tem direitos na hora de ser mandada embora. –falou o chefe da casa.
- Não tem TPM, não engravida, não tem filhos, marido, nem corre o risco de se envolver em escândalos.
- É, mãe, também não corre o risco de dizer no ar que ballet é coisa pra veado ou ser pega comendo bombom!
- É mesmo, né? O Vanucci foi pro ar comendo bombom! E olha que ele, de tanta plástica que já fez, está quase mais virtual que essa moça aí!
- Vanucci não é aquele que era ‘speaker’ e sofreu um acidente de carro e agora não fala mais? –papai sempre atualizado.
- Não fala bobagem, meu bem! Aquele era o Gerson Brenner! E esse Zeca Camargo, hein? Ele não era DJ daquela rede nova...a...MTV?
- Isso, mãe, ele era VJ da MTV, mas já está há muito tempo na Globo.
- Muito tempo nem Fantástico tinha; era Repórter Esso e já era ruim!
- Está bem, pai, estou falando coisa de pouquíssimos anos atrás então.
- Será que essa moça vai entrar no lugar dele?
- Não, mãe, ninguém vai entrar no lugar dele. Ele e o Chico Caruso têm o mesmo santo lá dentro. Ninguém gosta deles, mas eles estão lá.
- Mas então pra que botaram essa mulher lá? Isso está parecendo obra daquele Hans Donner!
- É pra mostrar como a Globo está atualizada com as babaquices da modernidade. –concluiu papai.

Pois é, confesso que agora faço parte do mesmo grupo que não entende as novidades, pois fico com a explicação dada pelo velho. Fez-me lembrar também das animações que são inseridas nas transmissões de jogos de futebol, como mascotes pulando na torcida, etc. Só o Galvão acha isso 'um barato'.

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Para descontrair sua segunda-feira, antes de você fazer o seu yoga matinal:

   Graças a Deus!

     Maradona já está cheirando sem ajuda de aparelhos. O craque respira normalmente.


O gracejo faz parte da coluna do Tutty Vasques no excelente 'site' No Mínimo -que já foi pra lista de recomendados. Vale a pena visitar. Conta com ótimos colunistas como Marcos Sá Corrêa, Augusto Nunes, Villas-Bôas Corrêa, o próprio Tutty Vasques etc.

Respeito aos mortos

No Show da vida de ontem, foi exibida uma matéria sobre o tal traficante da Rocinha cujo corpo foi levado em um carrinho de mão empurrado por um policial militar. Mostraram que aquele traficante tinha irmãos e mãe, que estudou até os 14 anos, enfim, que era um ser humano e que mereceria respeito pelo menos quando morto; o que seria uma marca de nossa civilização.

Que bela civilização, não? Corpos queimados de montão: fogueiras da inquisição, microondas do Elias Maluco até os corpos de mercenários americanos carbonizados no Iraque. Mas os mortos... esses merecem respeito. Esquartejados também não faltam: Elias Maluco, doutor Farah (o médico paulista que esquartejou a amante), índios cinta-larga (?), etc. Mas os mortos....ah, os mortos, por favor, mais respeito!

Enquanto o tal traficante 'aplica' na polícia, o excelentíssimo deputado Fernando Gabeira fuma algum sapato que trouxe da Holanda, mas é só aparecer o seu fornecedor descendo o morro, tal como um saco de esterco, que ele foi para o congresso protestar.

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Não, não sou a favor do esquadrão da morte, muito pelo contrário. Não creio que o Estado deva utilizar táticas similares às dos bandidos -assim como faz Israel. Porém, é muita hipocrisia querer que isolassem o local onde o corpo estava para que a perícia fosse lá fazer a análise, uma vez que a polícia mal conseguia subir o morro sem que 'aplicassem' nela.

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Nossa sociedade é avacalhada, a favela é um ícone da avacalhação na qual vivemos. Não, não conterão suas expansões. Já viram o que ocorre quando, por determinação judicial, tentam expulsar algumas famílias de favelas que estão começando? Logo aparece algum deputado tipo o senhor Lindberg Farias ou Mink (sacos de pancadas oficiais de polícia) defendendo aquelas pobres famílias que só estão procurando um lugar para morar.

Obviamente que esses senhores não vão aos enterros dessas pessoas quando morrem soterradas. Também se esquecem que eles tem sim boa parcela de culpa nessa crise da Rocinha. O assunto é complexo demais para um só texto, mas já se faz necessário acabarmos com um ranço 'brizolista' (populista também cabe!), segundo o qual, polícia não combina com favela. Favela é um lugar de trabalhadores pobre coitados e a Polícia é uma instituição que maltrata os trabalhadores.

Nenhuma das duas afirmações é completamente falsa; porém, você também não acha nenhum problema que a empregada doméstica que trabalha na sua case more na Rocinha. É uma moça de bem, assim como a maioria absoluta que lá está. Morar em favela não está correto. É evidente que o sistema de transporte público é deficiente, sabemos disso. Mas porque alguns menos espertos vão morar em Bangu, mesmo trabalhando na Zona Sul ou no Centro? Por que só os espertões podem morar a 10 minutos do trabalho? Se aquela área ali não fosse tomada pelo tráfico, certamente seria uma das mais valorizadas da cidade. O Vidigal então, nem se fala...

O que eu digo é o seguinte: "Ah, vou aumentar meu barraquinho na favela" não é charmoso, engraçadinho nem digno de pena. Porém, nos habituamos a ver tal situação assim, somos parte dessa avacalhação. É justamente aquele ambiente de total promiscuidade, de falta de urbanização que dificulta muito uma maior presença do Estado nessas áreas.

Enfim, favela não é algo simpático. É sim algo a ser combatido, a começar por tentar de todas as formas inibir o aparecimento de novas. Na barra mesmo, é chocante o crescimento das favelas. Nenhuma autoridade faz nada para impedir. Daqui a 20 anos estaremos assistindo às mesmas reportagens. Quem mora em favela tem que procurar sair de lá e ir morar com dignidade. Mais longe, em um lugar mais feio, é verdade, mas com mais dignidade; assim como em qualquer outro lugar do mundo.

Vale lembrar que, quem está morando ali paga razoavelmente caro, tem DVD, TV 29" e vários outros artigos de luxo que muita gente que mora nas periferias não tem.

Favela pode ser muito simpático, bonito e exótico para os turistas que chegam no Rio e vão a excursões pelas favelas. Pena que enquanto estamos aqui nos escondendo das balas, eles estão nos aviões voltando pra casa.

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Antes que eu me esqueça: não estou defendendo a exterminação da Rocinha, esta já é caso perdido. Décadas e décadas de favela-bairro ali pra ver se melhora alguma coisa. Todo meu protesto fica para as novas favelas que crescem sob a tutela de políticos demagogos que, principalmente em ano de eleições, defendem com unhas e dentes esses 'novos moradores'.

quarta-feira, abril 21, 2004

Falta do que fazer...

Seguindo os passos do Kirk:

- Pegue o livro mais próximo de você.
- Abra o livro na página 23.
- Ache a quinta frase.
- Poste o texto em seu blog junto com estas instruções.

        Hitler achara que não e até mesmo o chefe do estado-maior americano George Marshall tivera dúvidas sobre isso.

Não sei se estarei quebrando alguma regra ao revelar o nome do livro:

Soldados Cidadaos

segunda-feira, abril 19, 2004

Eucalipto no prato do trabalhador

Primeiro ponto a acertarmos: não existe essa história de Lula e Governo Lula serem coisas diferentes. Não são. No governo passado, os petistas nunca pouparam críticas a FHC mesmo sabendo de sua integridade pessoal. Agora, tentam separar a imagem do presidente de seu governo, ora! Fazendo tal distinção, parece até que quem realmente manda no governo não é Lula...

Na campanha, quem fez promessas populistas não foi o 'Governo Lula', foi sim o próprio Lula, portanto, ele é o responsável pelo cumprimento ou não de tais promessas. Entre tais promessas, constava a criação de milhões de novos postos de trabalho. Até hoje, a única medida que o governo fez para criar postos de trabalho foi, literalmente, criá-los. Aumentar o quadro de servidores em mais 40 mil pessoas. É assim que Lula imagina resolver o problema do emprego no Brasil? Se não tem emprego, a gente cria? Não percebe que se as empresas não contratam é porque não precisam contratar, pois não há aumento na produção?

Se não fizer o país crescer e incentivar o setor privado a aumentar sua produção (para tal, precisa haver pelo menos perspectiva de uma melhora do mercado), não será por meio de nomeações políticas que Lula resolverá o problema. E olha que ele tem tentando dessa forma. Se não ajuda, pelo menos não atrapalhe! Mas nem isso ele tem conseguido. Quem, com um pingo de sanidade mental, vai investir em infra-estrutura quando não há garantia da propriedade? A Veracel, que anunciou ano passado um investimento de US$1,25 bilhão, teve suas terras invadidas pelo MST. Um dos líderes do movimento deixou muito claro qual é a filosofia: "Ninguém come eucalipto". Eu até acredito que ele não coma eucalipto, pois está acostumado a não trabalhar, come a horta dos outros; mas se esquece que mais de 3 mil pessoas comem eucalipto sim -diretamente. Isso só de empregados da Veracel, sem contar os empregos indiretos.

Agora o MST invadiu terras produtivas da Klabin, maior companhia brasileira do setor de celulose e que, segundo o GLOBO, é a empresa responsável pela maioria dos investimentos na região de SC. Aqueles que invadiram as terras produtivas da Klabin não comem eucaliptos, mas quase 8 mil pessoas comem eucaliptos de forma direta e mais 5 mil de forma indireta, por meio dos empregos na Klabin.

E o que Lula tem feito além de vestir o boné do MST? O MST não gera riquezas, produção, muito menos empregos. Gera uma legião de pessoas que não comem eucaliptos. A indústria de celulose é uma das maiores do país, eu e você comemos eucalipto. Nós que trabalhamos e pagamos impostos comemos eucaliptos, quem vive de invadir terra alheia não.

segunda-feira, abril 12, 2004

Eu apoio o muro!

Não, desatualizado leitor, não me refiro ao muro que o General Sharon está construindo para realizar o sonho de ter o seu próprio gueto de Varsóvia, para ele ser o perseguidor -e olha que de chacinas ele entende! Estou falando sobre a grande novidade anunciada hoje pelo Governador Anthony Garotinho. Aliás, parênteses aqui:

Eu garanto que se fizer uma pesquisa perguntando quem é o Secretário de Segurança do Estado do Rio, poucas pessoas vão saber quem é. Talvez ganhe Marcelo Itajiba. Mas se perguntarem quem é o Governador, mais de 90% acertarão: "É o garotinho!".

Enfim, a babá dos 20 filhos do casal campista, o tio bonachão Conde, hoje anunciou que o meu (o seu, o nosso!) dinheiro será mais uma vez utilizado de forma brilhante. Vão construir um muro em volta da Rocinha, para separá-la da Gávea e Vidigal. O quê? Não, não é piada, não senhor! E digo, mais, apoio totalmente que construam o muro!

Muitos dirão que já é tarde e que a medida é ineficiente agora, eu insisto: não é; ainda é tempo de evitar um desastre maior. Construam o muro! É de extrema importância que aqueles bandidos não consigam sair de lá! Aliás, eu vou mais além: construam o muro, cortem eletricidade, telefone e instalem bloqueadores de celular! Vamos aprisioná-los. Sim, Banguzão! Esta é a única maneira de tentar reduzir o caos em que se encontra o Rio de Janeiro, prendendo todos os que moram lá dentro; impedindo qualquer comunicação com o mundo exterior. Construam o muro, já! Construam já o muro em volta do Palácio Guanabara!

quinta-feira, abril 08, 2004

Guerra contra o islã?

Imagine! Óbvio que não. Só porque os Estados Unidos, em plena cruzada contra o terror, hoje bombardearam uma mesquita durante o culto, alegando que havia terroristas dentro? Nem pensar, isso é intriga da oposição.

Falando em perseguição religiosa, patético terem a cara-de-pau de dizer que esse filme do Mel Gibson (Quem?! Nossa, finalmente conseguiu aparecer! Se não foi pelo trabalho, foi pela polêmica, quase um ex-BBB) é anti-semita! Hollywood anti-semita? Quem pensam que somos? O meu dinheiro, nem o senhor Gibson, nem o general Sharon vão receber com esse filméco.

quarta-feira, abril 07, 2004

Mais uma Cagut..

Patrícia Kogut continua a fazer Cagutas...

Nota 0

Para Andréia João, presidente da Federação de Ginástica do Rio, que torcia e gritava como comentarista do Sportv na Copa do Mundo do esporte. Zero de isenção.


Curioso que nunca vi a colunista fazer qualquer tipo de crítica quando o vibrante Galvão Bueno tem orgasmos múltiplos com o 'RRRRRRRRRonaaaaaaaaaldo' ou ainda, quando Galvão, abraçado ao Edson Arantes (ou era ao Pelé?), que estava com uma gravata dos EUA, gritou para toda a galáxia ouvir e tampar os ouvidos: "É TETRA! É TETRA!".

Essa moça quer o quê? Que ganhemos o ouro em um esporte que não temos tradição alguma e a comentarista fique vibrando tanto quanto um espectador de xadrez? Ora, ora!

quinta-feira, abril 01, 2004

Saia o quanto antes possível!

Pois é. Este sítio está mais pra lá de Bagdá do que o Marcelo Alencar (hic!). Mas, pelo incrível que pareça, ainda há gente que me pergunta: "e o blog?". Então, vamos lá. Os dias estão cada vez menores; menos emprego e mais necessidade deles.

Eu não consigo entender muito bem o porquê dos brasileiros serem tão otimistas. Sinceramente, baseados em quê, nós sempre estamos achando que 'as coisas vão melhorar'? Será que é na esperança que 'pior não pode ficar'? Já era para termos aprendido que isso não procede. O nível de desigualdade só aumenta, assim como o desemprego, a violência e a população. Ah, mas isso aí só será resolvido com educação; isso é coisa pra daqui a trinta anos. Isso todos já sabem; mas os números só mostram que nada eficaz foi feito ultimamente. Lamentavelmente a constatação é que isso aqui deu errado; não, não é o país do futuro porcaria nenhuma, Deus também não vai ajudar; não caiam mais nessas balelas.

Estava nesta semana conversando sobre isso em um curso que estou fazendo e perguntei quem dali teria coragem de, hoje, ter um filho aqui no Brasil. Quando uma mente brilhante argumentou: "Poxa, mas nós aqui estamos no topo da sociedade. Você pode ter um filho hoje sossegado, pois daqui a 20 anos ele também estará no topo!". Não falei? Isso aqui deu errado. Esse é o 'topo' da nossa sociedade. O pensamento de comprar um carro blindado, segurança particular nas ruas, filhos nos colégios particulares, condomínio fechado, etc. No final do ano doa uma cesta básica pro nordeste e dorme feliz e tranquilo.

Já era, caro leitor. Quarenta anos após o golpe militar, devemos mudar o famoso 'slogan': Brasil, ame-o e deixe-o. Ou ainda, lembrando JFK: Não pense no que o seu país pode fazer por você; pense no que você pode fazer pra sair daqui o quanto antes possível.