Censura na 'Terra da democracia'

A Disney, proprietária da Miramax, disse que não vai distribuir o filme 'Fahrenheit 9/11', de Michael Moore, nos EUA, por entender que não é do interesse de nenhuma grande corporação se envolver em batalhas políticas. Nunca é demais lembrar que a Disney foi muito beneficiada com o programa de cortes de impostos de Bush e que o governador do Estado da Florida (muito criticado no filme) é irmão do atual presidente dos EUA.

Mas executivos da Miramax já declararam que estão à procura de alguma outra distribuidora para distribuir o filme nos EUA, obviamente repartindo os lucros.

Diga-se de passagem, George W. Bush vem conseguindo destruir o maior símbolo dos EUA: o de ícone da democracia. Os prisioneiros de Guantanamo, sem acusações oficiais contra eles e sem que tenham direito a advogados; e os crimes de tortura ocorridos no Iraque agora exibidos pela imprensa mundial são golpes muito duros à credibilidade dos EUA diante de todo o mundo.

Muito interessante lembrar que propuseram impeachment ao ex-presidente Bill Clinton por ele ter mentido a seu país quando disse que não havia feito sexo com a estagiária. Depois ficou aquela discussão se sexo oral poderia ser considerado sexo ou não. Agora, não se vê -caso haja, a imprensa americana não divulga- uma mobilização similar contra o presidente, nos EUA, por ter mentido escandalosamente para o povo; desde sua vitória mentirosa nas eleições, passando pela associação que Saddam teria com a Al-Qaeda (esquecendo-se que os EUA era sócio de ambos!) até a vexaminosa história das armas de destruição em massa. Lembram-se de Colin Powell provando, por meio de fotos de satélite, onde se afirmava que um ponto era um caminhão carregado de armas químicas, para o conselho de segurança da ONU que o Iraque tinha um enorme arsenal de armas proibidas (para o Iraque, pois os EUA e seus aliados têm de montão!)? Pois é, por que não mandam o sr. Powell pra Guantanamo também? Ou ele mentiu em nome 'de um bem maior', assim como Bush vem fazendo convencido pelo senhor Cheney?