quinta-feira, maio 08, 2003

Bom caráter não é sinônimo de bom administrador

TCU condena Norma Bengell a devolver R$ 5,8 milhões

As cineastas Norma Bengell e Sonia Nercessian terão que devolver à União R$ 5,8 milhões captados para financiar o filme “O guarani” e que, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), foram usados irregularmente. Norma foi condenada por não conseguir comprovar o uso, no filme, de R$ 3,6 milhões dos recursos captados pelas leis Rouanet e do Audiovisual.[...]

— É claro que eu vou recorrer, porque seria injusto pagar o que eu não devo — adiantou Norma. — Tenho 50 anos de carreira, de vida limpa, e virei uma doida agora? Será que esses ministros não sabem do meu passado, que é de luta?[...]

O GLOBO

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É uma atriz, há um certo carisma da população com a pessoa, as pessoas tendem a sentir "pena", etc. Acontece que um passado de luta, de caráter e dignidade, não tem nada a ver com esse caso. Isso trata-se de má gestão do dinheiro público. O pedreiro lá do Amapá não tem nada a ver com o passado da senhora Norma, mas está pagando a conta por sua má administração do dinheiro público. Quando a pessoa está mexendo com dinheiro público, o cuidado tem que ser dez vezes maior, pois, em caso de má gestão, quem paga a conta é justamente o pobre mais pobre do país.

Assim como eu, também duvido que os ministros do TCU acreditem que Norma Bengell embolsou 3,6 milhões. Simplesmente foi mal gerido. O que não muda em nada a situação do dinheiro em si, foi perdido. A situação do ponto de vista criminal e tal, aí a coisa pode ser (é) diferente, mas do ponto de vista econômico, o dinheiro sumiu da mesma forma.

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