Totalmente Indignado
Um dos melhores textos indignados que eu já li até hoje se encontra publicado hoje na coluna do Arnaldo Jabor no O GLOBO.
Assim como diz o colunista, também percebo ser um babaca romântico em vias de ir para um hospício!
Seguem alguns trechos deste texto memorável:
(...) Os grafites não dizem nada; são marcas irracionais para frustrar nossa fome de sentido e destruir a beleza. Milhares de jovens gastam energia pela madrugada para se vingar das cidades que os excluem. Tenho às vezes fantasias de sair à noite com metralhadora para dizimar os destruidores do visual. Já pensei até em sugerir a proibição das latinhas de spray...
Fico alucinado quando ligo para uma firma e a telefonista pergunta-me: “Quem deseja?”. Tenho ganas de gritar: “O ser humano deseja, diria Lacan, e eu sou uma máquina desejante, como quis Deleuze!”. Mas ela continua: “Dr. Fulano não se encontra!”. Como? Dr. Fulano está em crise? Caído em desgraça, ele “não se encontra mais?”.(...)
E celular com musiquinha? Você está no aeroporto e, súbito, a seu lado toca “Jingle bells” ou “Pour Elise” no bolso de um babaca executivo. Por que não fazem um celular que aperta o saco do usuário? Ele daria um gritinho e gemeria baixinho: “Alô?”. E o irritante mundo dos garçons simpáticos? Sempre que eu peço um guaraná, lembro das belas frutinhas amazônicas da minha adolescência. E ouço, invariavelmente: “Com gelo e laranja?”. Por quê? O meu guaraná indígena não basta? O leitor pensará: “Por que então não pedes logo sem gelo e sem laranja?” Respondo que sempre tenho a esperança de encontrar um old timer que me pisque o olho e faça a bela pergunta antiga: “Da Brahma ou da Antartica?” (...)
Tenho nojo de papel higiênico folha fina, que se esgarça entre as unhas, abomino e-mails em cascata, com as piadinhas da hora, tenho asco de pequenas porcarias, besteirinhas que me tiram do sério, como pressa no engarrafamento, gente dizendo-me “bom descanso” ou “bom trabalho”, pagode careta, casais que casam e separam na “Caras”, novas apresentadoras de TV e, pasmem, não agüento mais bunda. Isso, não agüento mais ver bunda em toda parte, anúncios, outdoors, revistas... O maior marketing do país é feito pelas bundas... Santo Deus, que será de mim?
*****
Rolou uma identificação, digamos....total!
Um dos melhores textos indignados que eu já li até hoje se encontra publicado hoje na coluna do Arnaldo Jabor no O GLOBO.
Assim como diz o colunista, também percebo ser um babaca romântico em vias de ir para um hospício!
Seguem alguns trechos deste texto memorável:
(...) Os grafites não dizem nada; são marcas irracionais para frustrar nossa fome de sentido e destruir a beleza. Milhares de jovens gastam energia pela madrugada para se vingar das cidades que os excluem. Tenho às vezes fantasias de sair à noite com metralhadora para dizimar os destruidores do visual. Já pensei até em sugerir a proibição das latinhas de spray...
Fico alucinado quando ligo para uma firma e a telefonista pergunta-me: “Quem deseja?”. Tenho ganas de gritar: “O ser humano deseja, diria Lacan, e eu sou uma máquina desejante, como quis Deleuze!”. Mas ela continua: “Dr. Fulano não se encontra!”. Como? Dr. Fulano está em crise? Caído em desgraça, ele “não se encontra mais?”.(...)
E celular com musiquinha? Você está no aeroporto e, súbito, a seu lado toca “Jingle bells” ou “Pour Elise” no bolso de um babaca executivo. Por que não fazem um celular que aperta o saco do usuário? Ele daria um gritinho e gemeria baixinho: “Alô?”. E o irritante mundo dos garçons simpáticos? Sempre que eu peço um guaraná, lembro das belas frutinhas amazônicas da minha adolescência. E ouço, invariavelmente: “Com gelo e laranja?”. Por quê? O meu guaraná indígena não basta? O leitor pensará: “Por que então não pedes logo sem gelo e sem laranja?” Respondo que sempre tenho a esperança de encontrar um old timer que me pisque o olho e faça a bela pergunta antiga: “Da Brahma ou da Antartica?” (...)
Tenho nojo de papel higiênico folha fina, que se esgarça entre as unhas, abomino e-mails em cascata, com as piadinhas da hora, tenho asco de pequenas porcarias, besteirinhas que me tiram do sério, como pressa no engarrafamento, gente dizendo-me “bom descanso” ou “bom trabalho”, pagode careta, casais que casam e separam na “Caras”, novas apresentadoras de TV e, pasmem, não agüento mais bunda. Isso, não agüento mais ver bunda em toda parte, anúncios, outdoors, revistas... O maior marketing do país é feito pelas bundas... Santo Deus, que será de mim?
Rolou uma identificação, digamos....total!
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