Mais um imprevisto no trânsito
Final de tarde de sexta-feira, meu pai me liga no celular e me chama para comer fora com ele e minha mãe. Como ele estava chegando de São Paulo, iríamos pegá-lo no Santos Dumont e irmos direto comer alguma coisa. Como ele chegaria às 19h30m, daria para fazer algum programa depois do jantar. Iríamos jantar num lugar legal, e eu ainda iria sair depois, então, estava bem arrumado. Tudo estava indo de forma perfeita...estava.
Quem conhece o Santos Dumont, às 19h de sexta-feira, sabe o caos que aquilo representa. Sempre que eu ia com minha mãe ao Santos Dumont, eu falava que ela iria bater na entrada do estacionamento. Ela sempre tirava uns finos ali e ficava debochando porque eu ficava achando que ia bater. Muito bem, fomos lá e pegamos meu pai. Quando estávamos saindo do estacionamento, na hora que ela ia passar a cancela, ouvimos: “Pffff”. Ao mesmo tempo em que eu deixava claro que tal fato não ocorrera por falta de aviso, eu percebia que minha noite estava indo por água abaixo. Ela saiu do estacionamento e parou logo depois. Ela ficou apavorada pelo pneu estar completamente vazio e, por isso, achou que estragaria o carro caso andasse mais 2 metros, resolveu estacionar o carro numa posição terrível para quem trocaria o pneu (ficaria no meio da única brecha que tinha para os carros passarem). Praticamente no meio da rua, mas como não seria ela quem trocaria...
Lá fui eu, saí do carro ‘cheio de disposição’ e, já na saída, quase fui atropelado –fato este que claramente se repetiria diversas vezes nos próximos minutos. Peguei os apetrechos, incluindo o estepe, lá na mala e percebi que, como num passe de mágica, a senhora minha mãe estava quieta, muda, sem emitir som. Milagre! Contrariando todas as expectativas, meu pai era o meu problema. Quando ele ficava em pé, as pessoas que estavam dirigindo viam que havia alguém ali e, portanto, se afastavam. Mas ele teimava em abaixar para dar as maravilhosas instruções dele (Faça isso, faça aquilo...) como se eu nunca tivesse trocado um pneu na vida e ele (que provavelmente nunca trocou) fosse mecânico. Quando ele fazia isto, além de ficar na frente da luz, os motoristas não nos viam e quase nos matavam.
Nesta altura, já se formava uma poça embaixo de mim. Não, eu não me urinara. Era suor, estava um calor monstruoso. Não, eu não estava diante de nenhum milagre (além de minha mãe estar quieta), como poderia imaginar o sr. Augusto Liberato, que quando vê alguém suando muito (sr. Eurípedes) diz que isto é um fato espetacular. Foi quando eu não agüentei: “Pai, será que dá para você, por favor, não abaixar, pois eu vou acabar sendo atropelado, além de você ficar na frente da luz?”. Foi quando ele quis dar uma de ‘coitado’: “Tem mais alguma cagada que eu esteja fazendo?”. Como o estresse já estava nas alturas, não tive como segurar: “Tem sim, está falando demais.”
Bom, depois desta leve troca de farpas e uns 10 minutos depois do início da operação; tendo visto o número do chassi de vários carros passarem a poucos centímetros de minha cabeça, perdido uns 3 litros d’água e ter borrado minhas mãos e braços, consegui não sujar minha roupa e isto já era uma vitória. Botei tudo na mala e saímos rumo a algum posto para calibrarmos o pneu que fora colocado, já que estava meio vazio. Aproveitaria para me lavar e seguiríamos direto para o restaurante. No trajeto, fui com o ar-condicionado na cara para ir ficando apresentável. Assim que chegamos no posto, perguntei onde ficava o banheiro. Santa ingenuidade a minha... Lá chegando, obviamente não havia sabonete nem toalhas. O máximo que consegui foi passar uma aguinha, muito da sem-vergonha, nas mãos e tirar muito pouco da sujeira. Não havia a menor chance de adentrar qualquer lugar decente naquelas condições. Foi quando me surgiu a 'idéia de gênio', lá no aeroclube, quando a gente se sujava, passávamos gasolina e a sujeira saía rapidamente. O detalhe é que nos sujávamos pouco, o máximo a palma da mão, alguns dedos..etc.. Não ficava com braços de carvoeiro... Mas eu, mesmo assim, pedi pro frentista jogar ‘um pouco’ de gasolina nos meus braços. Ah, muito bom, saiu todo o grosso e depois que eu joguei mais água, saiu tudo.
Agora tínhamos outro problema. Eu me tornara um coquetel molotov ambulante, o cheiro era insuportável. Pensei: “Chego no restaurante, vou direto ao banheiro e me lavo por lá”, foi o que fiz, mas digamos que, mesmo depois de ter me lavado por uns 10 minutos, o cheiro de gasolina, que diminuiu consideravelmente, ainda estava nos meus braços. Mas tudo bem, já estava em um nível que as pessoas à minha volta não sentiam. A família indignada jantou alegre, feliz e unida, mas não havia chances de eu sair depois para nenhum lugar, a não ser voltar pra casa.
O pior é chegar em casa, contar esta história para o sr. Bfonte$ e ouvir gracejos, só porque já havia ocorrido fato similar comigo, quando eu estava indo pra casa dele para sairmos pra algum canto. Naquela ocasião, eu não consegui poupar minha roupa e estava completamente imundo. Já estou fazendo história com imprevistos no trânsito. Há alguns anos, eu saia do Santos Dumont (olha a uruca) e o indicador de temperatura do Tipo (graças a Deus já me livrei dessa porcaria) atingiu o batente. O ar-condicionado transformou-se em calefação e, como estava chovendo no dia, o carro embassou inteiramente. Mas isso é história para outro post...ou melhor, é história para ser esquecida!
Enfim, caso tudo continue dando errado, profissionalmente falando, acho que já tenho emprego garantido como trocador de pneus ou homem-bomba.
Final de tarde de sexta-feira, meu pai me liga no celular e me chama para comer fora com ele e minha mãe. Como ele estava chegando de São Paulo, iríamos pegá-lo no Santos Dumont e irmos direto comer alguma coisa. Como ele chegaria às 19h30m, daria para fazer algum programa depois do jantar. Iríamos jantar num lugar legal, e eu ainda iria sair depois, então, estava bem arrumado. Tudo estava indo de forma perfeita...estava.
Quem conhece o Santos Dumont, às 19h de sexta-feira, sabe o caos que aquilo representa. Sempre que eu ia com minha mãe ao Santos Dumont, eu falava que ela iria bater na entrada do estacionamento. Ela sempre tirava uns finos ali e ficava debochando porque eu ficava achando que ia bater. Muito bem, fomos lá e pegamos meu pai. Quando estávamos saindo do estacionamento, na hora que ela ia passar a cancela, ouvimos: “Pffff”. Ao mesmo tempo em que eu deixava claro que tal fato não ocorrera por falta de aviso, eu percebia que minha noite estava indo por água abaixo. Ela saiu do estacionamento e parou logo depois. Ela ficou apavorada pelo pneu estar completamente vazio e, por isso, achou que estragaria o carro caso andasse mais 2 metros, resolveu estacionar o carro numa posição terrível para quem trocaria o pneu (ficaria no meio da única brecha que tinha para os carros passarem). Praticamente no meio da rua, mas como não seria ela quem trocaria...
Lá fui eu, saí do carro ‘cheio de disposição’ e, já na saída, quase fui atropelado –fato este que claramente se repetiria diversas vezes nos próximos minutos. Peguei os apetrechos, incluindo o estepe, lá na mala e percebi que, como num passe de mágica, a senhora minha mãe estava quieta, muda, sem emitir som. Milagre! Contrariando todas as expectativas, meu pai era o meu problema. Quando ele ficava em pé, as pessoas que estavam dirigindo viam que havia alguém ali e, portanto, se afastavam. Mas ele teimava em abaixar para dar as maravilhosas instruções dele (Faça isso, faça aquilo...) como se eu nunca tivesse trocado um pneu na vida e ele (que provavelmente nunca trocou) fosse mecânico. Quando ele fazia isto, além de ficar na frente da luz, os motoristas não nos viam e quase nos matavam.
Nesta altura, já se formava uma poça embaixo de mim. Não, eu não me urinara. Era suor, estava um calor monstruoso. Não, eu não estava diante de nenhum milagre (além de minha mãe estar quieta), como poderia imaginar o sr. Augusto Liberato, que quando vê alguém suando muito (sr. Eurípedes) diz que isto é um fato espetacular. Foi quando eu não agüentei: “Pai, será que dá para você, por favor, não abaixar, pois eu vou acabar sendo atropelado, além de você ficar na frente da luz?”. Foi quando ele quis dar uma de ‘coitado’: “Tem mais alguma cagada que eu esteja fazendo?”. Como o estresse já estava nas alturas, não tive como segurar: “Tem sim, está falando demais.”
Bom, depois desta leve troca de farpas e uns 10 minutos depois do início da operação; tendo visto o número do chassi de vários carros passarem a poucos centímetros de minha cabeça, perdido uns 3 litros d’água e ter borrado minhas mãos e braços, consegui não sujar minha roupa e isto já era uma vitória. Botei tudo na mala e saímos rumo a algum posto para calibrarmos o pneu que fora colocado, já que estava meio vazio. Aproveitaria para me lavar e seguiríamos direto para o restaurante. No trajeto, fui com o ar-condicionado na cara para ir ficando apresentável. Assim que chegamos no posto, perguntei onde ficava o banheiro. Santa ingenuidade a minha... Lá chegando, obviamente não havia sabonete nem toalhas. O máximo que consegui foi passar uma aguinha, muito da sem-vergonha, nas mãos e tirar muito pouco da sujeira. Não havia a menor chance de adentrar qualquer lugar decente naquelas condições. Foi quando me surgiu a 'idéia de gênio', lá no aeroclube, quando a gente se sujava, passávamos gasolina e a sujeira saía rapidamente. O detalhe é que nos sujávamos pouco, o máximo a palma da mão, alguns dedos..etc.. Não ficava com braços de carvoeiro... Mas eu, mesmo assim, pedi pro frentista jogar ‘um pouco’ de gasolina nos meus braços. Ah, muito bom, saiu todo o grosso e depois que eu joguei mais água, saiu tudo.
Agora tínhamos outro problema. Eu me tornara um coquetel molotov ambulante, o cheiro era insuportável. Pensei: “Chego no restaurante, vou direto ao banheiro e me lavo por lá”, foi o que fiz, mas digamos que, mesmo depois de ter me lavado por uns 10 minutos, o cheiro de gasolina, que diminuiu consideravelmente, ainda estava nos meus braços. Mas tudo bem, já estava em um nível que as pessoas à minha volta não sentiam. A família indignada jantou alegre, feliz e unida, mas não havia chances de eu sair depois para nenhum lugar, a não ser voltar pra casa.
O pior é chegar em casa, contar esta história para o sr. Bfonte$ e ouvir gracejos, só porque já havia ocorrido fato similar comigo, quando eu estava indo pra casa dele para sairmos pra algum canto. Naquela ocasião, eu não consegui poupar minha roupa e estava completamente imundo. Já estou fazendo história com imprevistos no trânsito. Há alguns anos, eu saia do Santos Dumont (olha a uruca) e o indicador de temperatura do Tipo (graças a Deus já me livrei dessa porcaria) atingiu o batente. O ar-condicionado transformou-se em calefação e, como estava chovendo no dia, o carro embassou inteiramente. Mas isso é história para outro post...ou melhor, é história para ser esquecida!
Enfim, caso tudo continue dando errado, profissionalmente falando, acho que já tenho emprego garantido como trocador de pneus ou homem-bomba.
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