domingo, junho 23, 2002

As Aventuras do Sr. Indignado

Sábado seria um excelente dia para fazer os quatro trabalhos da faculdade que tenho para entregar na segunda-feira e descansar da semana puxada. Seria...

Por volta das sete horas da noite, um amigo meu me mandou uma mensagem no ICQ e travamos o seguinte diálogo:

— "tu vai ?"
— "onde?"
— "na festa junina, tem um convite aqui, se tu quiser é 7 reau" — Não se assustem com o linguajar do rapaz...
— "Nem tava sabendo..."
— "Porra, já vi que tu não vai. Tchau..."

Obviamente eu não iria numa festa sem saber onde/com quem, etc... Aproximadamente meia hora depois, toca o meu celular e era outro amigo meu me chamando, dessa vez de forma clara e objetiva...

— "Chega aí na festa junina da PUC. Tá todo mundo aqui....bora..."
— "Quanto é essa porra?"
— "Pô cara, era 7 reais, mas, como já acabaram os ingressos, neguinho tá vendendo a 20."
— "Porra, aí é foda..."
— "Vem cara, vai ser legal pra caramba!"
— "Beleza, to indo..."

Fui até a PUC e pensando no trajeto: "Caramba! A última festa junina que eu me fiz presente eu tinha uns quatro anos e mesmo assim fui chorando por estar sendo obrigado a ir..." e uma das minhas profecias vieram a minha mente: "esse troço vai ser uma merda...".

Lá fui eu com o espírito aventureiro! Nada de ficar em casa! Descontração, alegria, chega de baixo astral... (nossa, eu devia estar muito mal pra ter me iludido que eu posso pensar assim).

Cheguei e já encontrei um amigo meu que me deu o ingresso e fomos entrar...ha! Ali minha profecia começou a se concretizar.

A entrada do Maracanã em dia de final de campeonato é mais bem organizada (cada um por si). Um empurra-empurra infernal, gente pra cacete, um calor do bonde...aquela loirisse estonteante na fila (sim, de vez em quando eu me pego fantasiando que estou na Suécia, tamanho o número de loiras), gênios argumentando de forma inteligente e sensata como:

— "Aí mermão, colé, deixa de palhaçada nessa porra!" — Bom deixar claro que entender a frase demandava um grande esforço, pois estas pessoas grunhem.

Meia hora depois, conseguimos passar pela primeira barreira de seguranças e agora só faltava a barreira dos 'revistadores'... Um negão de uns 3 metros de altura e uns 200 Kg me botou aquele detector de metal no peito, tirou, mandou passar. Eu passei, e fiquei esperando o meu amigo. Simplesmente que o negão falou: "Aí, volta aqui...." Resolveu brincar com o detector no meu peito de novo, meu amigo começou a me zoar e eu não resisti:

— "Hehehe, é que tenho cara de marginal mesmo...o cara tá com medo"

O segurança feito um imbecil pediu desculpas e me dispensou...Ah! Agora vai ser diversão! Passamos pelo pior.

Menininhas vagabundinhas desfilando, pitboys querendo aparecer com gritinhos e coisas do gênero, pessoas de péssima estirpe... A única figura ilustre que eu encontrei por lá, que eu não sabia que lá estaria, foi o Sr. Renato Padilha, que estava deveras preocupado se eu iria ou não relatar aquele desastre aqui neste humilde site.

Quando deu umas nove e meia, o calor já era infernal, a falta do que fazer também, a dúvida de estar na Suécia ou Brasil continuava grande e eu estava sendo defumado por maconha...

A paciência do Sr. Indignado chegou ao limite e antes das dez da noite eu já estava voltando para minha residência, lugar de onde nunca deveria ter saído.

*****


O momento alto da festa sem dúvida foi quando Sr. Indignado começou a cantar, junto com o grupo de forró que lá estava, a 'belíssima' canção de Flávio José: Tareco e Mariola.

*****


Outro ponto que merece destaque foi a camisa fashion que um débil mental estava usando. A camisa era munida de uma luz azul estroboscópica...algo de outro mundo. Roubou a atenção...

*****


Agora eu tenho outra festa junina para ir. Começa em meia hora.

Será que eu vou?

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