domingo, março 24, 2002

Corre, Corre...

Sexta-feira tive um trabalho para fazer na rede de TV CNT (na filial do RJ). Lá chegando, fiquei aguardando no estacionamento as outras pessoas do meu grupo da faculdade chegarem. Lá pelas tantas um bedel pega um carro de reportagem, liga e começa a manobrar para sair. Quando o rapaz está acabando a manobra, eis que abre uma porta que dá para o estacionamento...e dessa porta vem um URRO (sim! Apenas som. Ninguém apareceu.):
-"SEGURA!! SEGURA AÍ PORRA! PERA AÍ"
Eu fiquei olhando assustado para a porta...na esperança que algo surgisse ali de dentro para esclarecer tais palavras!
O rapaz nesse instante terminava a manobra e já bem lentamente seguia em direção ao portão de saída. Os urros não cessaram:
-"PORRA....MAS SERÁ POSSÍVEL.....EU TO PEDINDO PRA ESPERAR PORRA! ME DA UMA CARONA NESSA MERDA!!!!!"
Quando desta vez para meu espanto, surge o ser que urrava. Ninguém mais ninguém menos que o Sr. Wagner Montes. Sim. O próprio! Com uma camisa social florida no melhor estilo Castor de Andrade pra fora da calça jeans, e um maravilhoso sapato sem meia....mancando feito um condenado (sim! Eu já sabia que o rapaz mancava. Mas não sabia que era tão 'Deixa que eu chuto' assim...) atrás do carro e continuava a gritar: "Ô PORRA! ME DÁ UMA CARONA PRA CASA NESSE TROÇO!".
O bedel que estava conduzindo o veículo não reduziu a marcha (atente para o fato que o carro devia estar a uns 2 km/hr mas era um verdadeiro SPRINT que Wagner fazia deixando todos emocionados).
No momento em que o veículo se aproximava do portão de saída, Wagner dava tudo de si e a comoção do público ali presente foi tocante. Um guardador de carro e um vendedor de bebidas que estavam em frente a emissora, não se contentaram em torcer em silêncio e começaram a gritar em coro ao mesmo tempo que gargalhavam: "Corre Wagner! Corre!!!!! Corre! Vai!!" Quando para a felicidade geral da nação e para por fim naqueles momentos de aflição terríveis presenciados por mim, Wagner na passada certa esticou seu braço quase perdendo o equilíbrio de vez e deu a famosa 'porradinha' na traseira do carro (igual aqueles selvagens que dão tapas no ônibus para que o selvagem que conduz o veículo abra a porta), o motorista parou e Wagner ainda falando algumas palavras (que nessas alturas careciam de legendas para serem entendidas) conseguiu adentrar a viatura.

Tenho aqui que deixar minhas congratulações ao Wagner Montes pelo esforço sobrenatural que fizera naquela tarde quente de sexta-feira e agradecê-lo pela lição de vida e de comportamento que passou a todos ali presentes! Valeu Wagner!

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